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Mostrando postagens de junho, 2016

I

Quê procuras? Minha voz. Outrora aguda se expandia dentro de mim e agora se esconde em tua presença. Diante de nós, nestes momentos impertinentes, minha voz fica latente na caverna, ecoa de maneira solitária. Quê é vida consentida? Silêncio. Minha voz não existe. Aprendi que o silêncio é meu melhor. Você "enxerga" todo barulho capaz de deixar meu corpo mudo. Mas, ignoras e adentra um terreno que não foste permitido. Por que não entrar? O incômodo é inconsciente, não sei por qual janela sair. Sempre entrego minhas viagens aos elfos, mas eles parecem não querer. E tu chegas, como um duende do mal e entra sem ser convidado. Será algo mau resolvido em vidas passadas? Não sei. Eu tenho medo de você em alguns momentos. Parece que você me conhece como um artista conhece sua arte. Você me tem nas entrelinhas de suas mãos, porém, não sabe o que fazer. Me diz o que pensas? Não. Você não vai gostar de saber. Eu me calo. Eu aceito. Mas não consenti que &qu

De volta pra casa

Vai que seja impaciência.  Tenho andado tão "vazia". As coisas estão sem sentido algum.  O sorriso não alegra meu peito.  Meus livros não me interessam tanto.   Meus discos estão viciados em outra de mim, que não é essa desconhecida.  Um abraço não desperta sentimentos.  Minha motocicleta não funciona.  Minha lua está decadente. Não há nenhuma dúvida para sanar.   Não há problemas para resolver.  Só vazio.  Há uma tranquilidade inquietante.  Não há desespero para abrandar. Eu disse a tu que iria caminhar e nem fui.   Não quero refletir. Não quero ser feliz, é tão antinatural.  Minha existência só se efetiva na melancolia.  Meus pensamentos só repousam na escrita. Eu falei sobre tu para mim, não reconheci nada. Tu parece não representar nada mais.  Aline, tu parece o não ser de mim.  Saia pela porta central, terá alguém a tua espera.  Regressa ao teu paraíso.

Hoje a festa não saiu

Hoje não teve festa. Não houve grandes acontecimentos.  Ele não agradeceu o sorriso.  Ele não devolveu o olhar.  Soube logo que ela havia lembrado, mas ele esqueceu de falar. Houve um tempo em que eles se entendiam, um olhar bastava.  Mas, como sabemos, ele esqueceu  de olhar. A solidão sempre foi sua companhia, mas ela sempre oferecia luz para ele "animar-se". Porém,  ela ficou confusa.  O desejo não conseguia voltar.  Outros olhares chegavam até ela, mas só o dele ela queria encontrar.

Sem afeto e com medo

É muito amor em uma "caixa" tão solitária.  Já não basta o desespero do querer, há de ter a solidão pra assolar o peito.  Disseram-me que nesta "região" mora uma vida, que não pode ser nutrida. Mesmo a ambrosia não apartará dela o fim. Amolece. Acelera.  Adormece.  Morre.  Não a história de minha vida, mas a vida do coração. Cheio de histórias de amores profanos.  Repleto do cheiro amargo do desamor.  Nenhuma escuridão será precisamente cruel, se a vida já se foi.  Tem pessoas que se vão sem morrer.  Essas porque nunca habitaram qualquer coração.  Não se expressaram, suficientemente, para outro coração reconhecer.

Ao entrar no paraíso

Eu voltaria atrás.  Eu diria sim novamente.  Não buscaria respostas, pois o toque e o sorriso, eram suficientes.  Eu jamais abriria a porta se não tivesse enxergado verdade.  Eu tomaria todas as dores novamente. Mostraria o mundo outra vez, se as promessas fossem verdadeiras.  Eu reconstruiria outro reino, se os sentimentos fossem reais.  Eu não duvidaria, se a honestidade fosse primordial em tua vida. Eu daria um passo atrás, se não fosse o gosto fálico do presente.  Eu pediria tua mão, se ela não estivesse em outros corpos.  Eu te pediria perdão, se enxergasse um erro inexistente.  Buscaria todas as Lótus, se percebesse dignidade.  Eu morreria "pobre", se tua riqueza não fosse tão superficial. Acenderam.  Alimentaram.  Enfraqueceram.  Apagaram.  E nós?  Permitimos.